21/11/2023 - No Hospital Regional de Ceilândia, dois relatos dolorosos emergem, apontando sérias alegações de negligência médica que resultaram em perdas irreparáveis para mães que depositaram sua confiança nos serviços de saúde.
Em uma entrevista à TV Globo, Aline relembra com angústia os dias que antecederam a perda de sua filha Aurora, um bebê aguardado com amor desde os primeiros momentos de gestação. Todos os exames pré-natais indicavam uma gravidez saudável, com Aurora sendo monitorada atentamente.
No dia 4 de outubro, ao procurar o hospital para um exame de rotina, recebeu a confirmação da saúde perfeita da filha.
No entanto, o que se seguiu foram horas angustiantes de um trabalho de parto que se estendeu por quase 14 horas, apesar da detecção de mecônio no líquido amniótico, um sinal preocupante
. Aline, enfrentando dores intensas e momentos de inconsciência, afirma que os médicos insistiram no parto normal, ignorando os sinais de alerta.
O desfecho foi a perda trágica de sua filha, impedindo a realização de planos familiares, incluindo o batizado marcado para o dia 28 de outubro de 2023.
Um segundo relato ainda mais angustiante revela a história de uma mãe que buscou desesperadamente ajuda médica no hospital de Ceilândia em 15 de outubro após um episódio de sangramento.
Apesar da presença de médicos, foi negada assistência e orientada a ir a outro hospital. Após insistência, foi encaminhada ao Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), onde deu à luz seu bebê.
Contudo, devido à falta de equipamentos para exames, ela foi transferida de volta ao Hospital Regional de Ceilândia, onde permaneceu internada, sem alimentação adequada, e com apenas soro, após ter enfrentado um sangramento intenso.
Infelizmente, seu bebê veio a óbito enquanto ela estava sob cuidados do HRC.
Ambos os relatos convergem em uma acusação grave de negligência médica no Hospital Regional de Ceilândia.
Essas mães, enquanto lidam com a dor insuportável das perdas de seus bebês, clamam por respostas e justiça diante do que consideram falhas gritantes no sistema de saúde.
Essas experiências traumáticas expõem falhas alarmantes no atendimento obstétrico do hospital.
A ausência de assistência imediata, a falta de informações sobre os desfechos das gestações e o tratamento desumano durante momentos cruciais refletem uma negligência inaceitável por parte dos profissionais de saúde.
Diante desses relatos devastadores, a comunidade exige uma investigação completa e transparente para compreender as circunstâncias dessas perdas irreparáveis.
Mais do que isso, é crucial que mudanças significativas sejam implementadas no sistema de saúde para garantir um atendimento médico adequado, compassivo e digno às gestantes e parturientes, assegurando que vidas preciosas não sejam perdidas devido a falhas evitáveis.
Por Douglas Protázio
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